O psicopedagogo que se utiliza dos jogos como ferramentas para intervenção ou avalição, visa resgatar aspectos cognitivo, afetivo-emocional dos conteúdos ministrados em sala de aula, motivando-os em buscar uma aprendizagem prazerosa.
Na intervenção ou avaliação psicopedagógica, ao utilizar jogos, é preciso ficar claro o porquê, para quem, quais recursos utilizar. Esse tipo de atividades lúdicas pode ser considerado como uma intervenção de caráter preventivo ou curativo. Nesse caso é preciso identificar qual dificuldade e criar condições favoráveis para superação.
Portanto, para o psicopedagogo, a utilização dos jogos torna-se importantíssimo, tanto para realizar o levantamento da hipótese diagnóstica acerca das limitações e possibilidades do aprendente, bem como da dificuldade de aprendizagem de crianças com algum transtorno. Portanto, através da ludicidade a criança poderá estimular todas as suas habilidades e potencialidades, e desenvolvendo seu lado social, motor e cognitivo. Segundo Vigostsky (2003), as crianças não raciocinam como adultos, sendo elas as próprias construtoras ativas do conhecimento, vivendo constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo. É importante ressaltar a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento da aprendizagem humana. Mas, outras atividades como a música, pintura e tudo que estimule a criatividade são também ações lúdicas essenciais para promover a aprendizagem da criança.
A criança brincando vai construindo sua individualidade e identidade, assim vão aprendendo os instrumentos de brincar, ou seja, os brinquedos vivenciados a partir de imagens significantes dele próprio, da cultura da comunidade onde é inserido. O lúdico como um fenômeno psicológico e também psicopedagógico, como um fator determinante no desenvolvimento infantil e sujeito humano (desenvolvimento cognitivo, físico, mental e emocional), essencial na construção de sua personalidade, como fator de comunicação e relação com outras crianças, adultos e consigo mesmo. De acordo com Freire (2002), uma criança pequena que ainda não desenvolveu sua linguagem verbal, passa a imitar os gestos que está observando, esta potencialidade é utilizada como uma forma lúdica, sendo esta praticada por prazer, representando o ato corporal, sendo considerada um “jogo de exercício”. Uma infância bem vivida junto com o lúdico traz benefícios, a longo prazo, à existência do indivíduo. As diversas possibilidades estimuladas através das brincadeiras contribuem para tornar a criança autoconfiante, autônoma e consciente de seu potencial e de suas limitações. A prática de atividades lúdicas na Psicopedagogia corrobora para que os alunos possam obter o melhor desempenho. Porém, somente tais atividades não resolvem o processo educativo, elas podem auxiliar em favor de promover mudanças significativas. A ludicidade, os jogos é um excelente recurso para o atendimento psicopedagógico, usando-a como instrumento de vinculação cognitiva com a aprendizagem. É necessário então que o psicopedagogo faça intervenções de forma que o aprendente vá se percebendo e construindo a sua forma própria de aprender. Dessa forma, torna-se primordial ressaltar que os jogos e brincadeiras são aliados excelentes que possibilitam às crianças o desenvolvimento das suas habilidades intelectuais. As ações lúdicas são ferramentas essenciais durante as intervenções psicopedagógicas, terapêuticas ou não terapêutica.