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Sônia  Maria Palloro Moojem (2009) determina critérios básicos para a análise dos ERROS ORTOGRÁFICOS (nível de escolaridade, frequência e tipo de erros), assim como faz  a escolha de uma classificação dos erros dentre as várias já publicadas (por conversor grafema-fonema, por desconhecimento  das regras  contextuais e por desconhecimento  das irregularidades da língua).

Os erros de escrita costumam ser avaliados tanto por professores  quanto por terapeutas, a partir  de diversas estratégias, como exame do material escolar, incluindo observação das respostas das tarefas e das provas, produções textuais livres ou dirigidas, proposição de ditados e autoditados, complementação de frases ou ainda escrita espontânea de palavras e frases.

Para a avaliação do desempenho alfabético-ortográfico, Moojen apresenta o uso de um instrumento chamado DITADO BALANCEADO – (DB). Este é composto por um conjunto de 50 palavras organizadas a partir de um balanço das possibilidades de ocorrência das dificuldades ortográficas mais comumente apresentadas por quem escreve. Os critérios que foram utilizados para a elaboração do DB, cujo o primeiro estudo de normatização foi publicado em  Moojen e Kiguel (1985,p.79).

Uma segunda proposta para analisar os erros ortográficos foi desenvolvida por Moojen7 (2009). A autora cria quatro categorias que são denominadas de: 1) conversor fonema-grafema; 2) regras contextuais simples; 3) regras contextuais complexas e 4) irregularidades da língua.

Na primeira categoria, conversor fonema-grafema, encontram-se as trocas de surdas-sonoras: faca>vaca, trocas aleatórias: amachar>amassar, inversões: gozabo>gozado, transposições: decser>descer, omissões de letras/sílabas: fanda>fazenda. Sendo que nos dois primeiros casos, é possível observar que eles ocorrem devido à escolha incorreta de um determinado grafema para representar um fonema.

Quanto às regras contextuais simples, segundo a autora, tem-se: uso de “r/rr”, “s/ss”: chimarão>chimarrão, vasoura>vassoura, o emprego de “c”/”q”/”gu”: cebram>quebram, qausa>causa, algém>alguém, uso do “ç” para “s”/”sc”: naçer>nascer, a utilização de “e”/”i” – “o”/”u” em final de palavra: penti>pente, nasalidade: manha, mãnha, manhan> manhã e “l”/ “u” em final de palavra: partil>partiu.

As regras contextuais complexas dizem respeito à acentuação das palavras, como em prófessora>professora. Segundo Moojen (2009), as regras elencadas podem ser trabalhadas metodologicamente por meio da descoberta das regras e da automatização da sua utilização.

Já a última categoria proposta por Moojen ([1985] 2009) diz respeito às irregularidades da língua. Nela encontramos tais tipos de erros ortográficos: troca de “l”/”u” dentro e no final de palavra: maudade> maldade e Sinau > sinal, apagamento ou acréscimo impróprio da letra “h” no início de palavra: omem>homem, hontem>ontem, a utilização equivocada de “j”/”g” antes de “e” e “i”: sugeira>sujeira, sujiro>sugiro, emprego indevido de “l”/”li”/”lh”: alio>alho, joelo>joelho, a troca de “x”/”ch”: xato>chato, charope>xarope, o uso equivocado de “x”/”z”: ezistiu>existiu, esército>exército.

Além da utilização imprópria de “x”/”s”: estrato>extrato, uso inadequado do “s/c” inicial antes de “e” e “i”: cigno>signo, insêndio>incêndio, o emprego de outros grafemas no lugar do “ç” diante de “a”, “o” e “u”: asso>aço, a utilização de grafemas que possuem o som de /s/ que não o dígrafo “ss”: açado>assado; Além do uso inadequado de outros grafemas que possuem o som de /s/ no lugar de “sc”: nacer, naçer, nasser>nascer, troca entre “s”/”z” no meio de palavra: fasenda> fazenda, bizavô>bisavô.

Referência: Um estudo acerca dos erros ortográficos de alunos do terceiro e do sexto ano do Ensino Fundamental
Fernanda Luiz Saggiomo Pelotas